Sobre a estrutura do meu trabalho, escrevo a seguir algumas considerações úteis retiradas do livro “Páginas Ampliadas – O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura”, de Edvaldo Pereira Lima:
O livro-reportagem é uma narrativa de não-ficção. Pode ser uma obra literária trabalhada em estilo de jornalismo literário onde o eixo condutor de tudo é reportar. Desempenha um papel específico, de prestar informação ampliada sobre fatos, situações e idéias de relevância social.
O jornalismo interpretativo aparece como um gênero eficaz na contextualização dos fatos, ou seja, fornecer elementos suficientes para uma compreensão do assunto em sua amplitude (implicações, causas, conseqüências).
Para elucidar o tema central da reportagem, devo considerar alguns pontos importantes e esclarecedores: o contexto, os antecedentes, o suporte especializado, a projeção, o perfil (humanização da reportagem). Buscar abordagem multiangular: causalidade múltipla para um mesmo fenômeno e conseqüente multiplicidade de efeitos (leitura ampliada do real).
Para algumas passagens do meu livro, como narração de experiências vividas na pesquisa de campo, posso emprestar a natureza da reportagem documental, relato acompanhado de citações que complementam e esclarecem o assunto tratado, ao mesmo tempo em que se apóia em dados que lhe conferem fundamentação. Assim, a situação deixa de ser descrita apenas sob meu ponto de vista e ganha base para sustentação.
A ideia é trabalhar o tema dos direitos animais e a pecuária bovina no Brasil com aprofundamento extensivo, ou horizontal (dados, números, informações, detalhes que ampliam quantitativamente a taxa de conhecimento do tema do leitor) e com aprofundamento intensivo, ou vertical (análise multiangular de causas e conseqüências, de efeitos e desdobramentos, de repercussões e implicações).